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Mostrando postagens de novembro, 2016

O tempo da dor

Quando a gente ouve que “com o tempo passa”, tendemos a menosprezar o sentido dessa frase por nos parecer assim tão óbvia. Ficamos até revoltados com quem, aparentemente, não conseguiu arrumar algo mais criativo para nos dizer num momento de crise! Crescemos ouvindo isso de nossos pais e avós e, muitas vezes, ignoramos como podemos tirar vantagem efetivamente do conceito de tempo. Passado o choque inicial, quando nos desesperamos, sabemos então que vamos entrar num período conturbado, que é quando nos vemos obrigados a lidar com esse novo elemento. A dor chegou, com ou sem aviso prévio, está ali diante de nós e sabemos que teremos que administrá-la de alguma maneira! Cada ser humano tem uma percepção e sensibilidade próprias e, portanto, cada um encontra uma maneira de lidar com ela: alguns se ocupam, buscam distrações, amigos para desabafar, terapias, espiritualidade, enfiam a cara no trabalho, alguns nutrem o sofrimento, cultivam o vitimismo, se afundam feio na negatividade, não sup

Silêncio, eu te amo.

Como você usa o silêncio na sua vida? No mundo acelerado de hoje, dentro da correria do dia-a-dia e no meio da enxurrada de informações que absorvemos a cada minuto, será que temos dado o devido valor ao poder do silêncio? Um momento de silêncio por dia pode nos trazer imensos benefícios e confesso que me sinto mal nos dias que não consigo encontrar uma brecha para ficar quietinha. Não precisa ser muito tempo, dependendo do ritmo do dia, às vezes dez minutinhos bastam, uma fugida na hora do almoço já pode servir. É um momento de reconexão, de desacelerar a cabeça, colocar os pensamentos em ordem, respirar, dar um "pause" em qualquer sensação de pressa e angústia. Acredite ou não, mesmo  alguns breves minutinhos em silêncio sustentam minha energia e me dão um up que faz toda a diferença no resto do meu dia. A verdade é que nesse tempinho em que conseguimos temporariamente desacelerar e relaxar, também estamos nos permitindo liberar nossos pensamentos criativos, pois o lado

Multiapaixonados

Algumas pessoas nunca tem um chamado. Eu sempre quis ser várias coisas ao mesmo tempo. Acabei me formando em magistério, moda, artes cênicas e, no Marrocos, administração. “Você faz o quê?” O que aparecer pela frente. Nunca tive "o chamado", tenho diversas vozes na minha cabeça que vão me dizendo o caminho a seguir. Sempre me pareceu muito pouco natural essa história de ter que “ser uma coisa só”. Fazer uma única escolha profissional na vida e ser fiel a ela "até que a aposentadoria nos separe". A parte chatinha disso é que, num mundo de especialistas, quem tem interesses variados tem dificuldades de se encaixar num mercado de trabalho tradicional e tende a ser visto como alguém que não sabe o que quer ou que desiste fácil das coisas. Quem não tem currículo estilo funil, pode demorar mais a encontrar um lugar. O  currículo de um multiapaixonado está mais para um patchwork em construção, uma árvore em crescimento, espalhando seus galhos, suas folhas, dando diferen