Dez e quinze da manhã. Um pouco atrasada, mas nada grave considerando o senso de pontualidade marroquino. Balançou o pulso afastando as pulseiras de ouro, esticou o dedo e tocou a campainha. Barulho de passos, silêncio. Alguém atrás da porta certamente ficava na ponta dos pés para acertar o buraco do olho mágico, colocado numa altura mal planejada. Um senhor de aparência agradável abriu a porta e em seguida um sorriso. “ Bonjour madame, tfâddal ” disse com uma voz macia, incomum aos homens árabes, fazendo sinal para entrar. “ Merci" , disse Malika, entrando . « Vous êtes ...?” “ Amin, et vous, madame, chnou smik? ” Perguntou seu nome na comum mistura tangerina de árabe com outras linguas. « Madame Malika. Marquei com o Claude às dez horas, espero não ter atrasado muito...” “Oh, non, pas du tout, ma keine hta mouchkil .” Sem problema. « Installez- vous ». O lugar tinha ar de certo refinamento, diferente dos outros salões. Uma cristaleira a