Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de julho, 2014
tem uma multidão na minha solidão: de onde vêm, pra onde vão? aqui onde preciso... não estão. o quanto disso é memória? o quanto é projeção? você, se foi foi real, qual foi a proporção?
ainda sinto esses teus olhos de domingo reservados, seletivos, fugidios e quando lembro do olhar que me devolvem ferve a mensagem que espalham no meu sangue: decifra-me... e... devora-me... (muita curiosidade...muita!) "quanta profundidade naquele ser" e eu continuo despencando em queda livre em você
eu te vi passar na rua pensei em não te chamar você me pareceu diferente não anda mais como andava não olha mais como olhava não reconheci sua roupa você me pareceu tão distante no meio de todos na rua eu te enxergava tão longe será que fui eu que mudei? será que você me vê assim também? acho que te amei agora já nem sei... pensei em te chamar você me pareceu tão ausente não fala mais como falava não beija mais como beijava não reconheci sua boca indiferente iguais a todos da rua
A Ilha Vou à Pala ouvir o mainá: "Atenção, atenção! Aqui e agora!" Cantar, cantar... Vou à Pala beber moksha, escalar os montes, orar em transe em Shivapurang. Vou à Pala virar sábio, almoçar insanidades, mastigar mentiras até cuspir verdades. Vou à Pala aprender ioga Tantra, entoar os novos mantras: "Shanti shanti shanti", com asas rosa e branco. Vou à Pala Peter Pans e Homens-Músculos, beneficiários e vítimas de todos os seus cultos e tantos dons ocultos Vou à Pala... A Ilha Proibida. Eterno estrangeiro, aqui e no mundo inteiro... Sou só uma ilha perdida.
Tenho sempre uma lista gigantesca de coisas para fazer quando eu tiver tempo. Parte da minha ansiedade consiste em esperar esta oportunidade chegar. Hoje, porém, o tão esperado tempo vago colocou-se diante de mim, sorriu, e eu fiquei tal qual uma idiota paralisada, contemplando-o. Como que com medo de tocá-lo. Iria estragá-lo. Não seria mais vago, não seria mais livre. Estaria usando-o para me prender a afazeres que pareceram, de repente, tão menos importantes que a admiração daquele vão de tempo em que me encontrava. Mas logo me entristeci. Porque ele começou a se mexer, eu me assustei, de repente me vi correndo atrás daquele vão que já não existia mais. Que frustração não poder entrar no tempo, como num vagão, enquanto tudo do lado de fora corre e dentro nada se mexe, se eu não quiser em nada mexer. Ficar na janela, observando a sucessão de segundos, de minutos, de horas, do tempo que eu precisar dentro do meu vagão do não-tempo...mas ele corria e me deixava para trás. E eu não quer
me dê suas mãos vamos ao escuro leitura em braile dos nossos cortes ler do mais raso ao mais profundo o que entende? eu leio "urgente" na pele quente